DA VIDA A DOIS

Vou fazer dez anos de casada.
Parece até que a gente se encontrou, se encaixou e nunca teve trabalho nenhum um com o outro.
O que ninguém sabe é que a gente cuida muito do nosso casamento. A gente se perde e se encontra. O segredo é se encontrar, ou reencontrar. O segredo é nunca deixar de buscar o outro.
O Tin sempre diz que não há como evitar as coisas que não dependem de você mesmo. Das pequenas às grandes e estas grandes eu explico: não posso garantir que ele me ame para sempre, que ele nunca queira se separar de mim, que conheça uma outra mulher, que de uma hora para outra ele resolva mudar de vida, viajar, sumir. O que eu posso e oque cabe a mim fazer é a vida dele ao meu lado ser sempre leve, alegre, engraçada, segura, solta, próxima, encantada. O Tin faz assim comigo. E o olhar dele faz festa quando me vê. Ele põe camisa bonita e reserva restaurante. Ele me liga duas, três vezes por dia e me chama de gatinha, amoreco, chuchu... e pergunta se eu vou demorar. Ele quer que eu sente no colo, que eu dê a mão, que eu não fique brava.
Mas o mais importante de tudo é que ele me faz rir. E eu o faço cócegas.
Olha, no casamento nada vem de mão beijada. O casamento a gente que faz acontecer.