quarta-feira, 3 de outubro de 2012

MAMÃE FILOSOFANDO

Lolô, quando você era bem bebê, tinha alguns dias de vida, ganhei de presente seu mapa astral. Me lembro dele ser todo cheio de graças mas uma coisa me chamou atenção. Que você estava suscetível aos acidentes da infância. Dodóis, fraturas, médicos e tal. Pois não é que você teve mesmo muitos acidentezinhos nesses sete anos de vida! Deu pontos na boca, machucou o dedinho, depois foi operada e na semana passada de novo foi parar no hospital para tirar a bolinha que tinha perto da costela. Lá no hospital recebi um torpedo de uma amiga que dizia: "devia ser proibido." Sim, deveria ser proibido ver uma filha na maca, tão indefesa e assustadinha. Eu e seu pai demos a você todo nosso amor, nossas bençãos, nossa companhia e nossos melhores pensamentos. Tudo acabou bem e já em casa, recuperando-se, você segurou na nossa mão e disse com sua vozinha rouca: vocês ganharam nota máxima de mamãe e papai. Foi uma onda imensa de afeto que passou por nós naquele dia. Que estes vínculos te fortaleçam e que das passagens difíceis você guarde a lembrança de ter sido muito amparada e acolhida. Cada dia sinto um novo espanto sendo mãe. E o espanto, minha filha, é o que nos move. É essa perplexidade que transforma experiências cotidianas em passagens extraordinárias.

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