quarta-feira, 20 de junho de 2012

O DIA EM QUE VOCÊ DANÇOU Nuna tem 4 anos. Lê e escreve. E soletra palavras. Eme a eme a e, vem aqui! Canta Asa Branca e olha os lábios da Lolô para não errar as palavras. Não sabe o que é névoas. Não sabe o que é Universo. Mas pergunta. Acha tesouros cotidianos. O de hoje é uma aranha melequenta que gruda na parede mas não nos azulejos. Em qualquer parede, incluindo o teto. E a sensação de puxar a aranha que está toda grudada e observar ela descolando devagar fazendo um estranho barulho de meleca que se solta distrai você. Manu não dancou nas festas juninas passadas. Ficou abraçada na minha perna, meio com vontade, meio com vergonha. Esse ano entrou no ballet e um dia desses recebi um convite para ver uma aula aberta. Cheguei correndo, atrasada. Abri a porta que estava meio emperrada e fiz um barulhão para entrar. Então, numa fila de bailarinas vi você sorrir bem muito. O mais que deu. E te vi dançar solta e alegre. O pézinho meio torto, a língua às vezes saindo pelo lado direito da boca. Mas à vontade. Manu você vive aqui e agora e eu te amo e te admiro.

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