terça-feira, 18 de setembro de 2012

RODÍZIO DO INGLÊS

Lolô, nós inventamos uma coisa chamada rodízio do inglês. Cada semana uma mãe recebe as crianças antes da aula, oferece almoço e depois leva todas para o inglês. Aqui vai um email que escrevi para as mães contando como foi o encontro das seis crianças hoje. Foi assim: elas chegaram felizes e pirilampas. Todas deram uma corrida pela casa como um labrador quando vê a porta aberta e galopa na sala. Depois lavaram as mãos e almoçaram. Comeram salada, brocólis, algumas arroz com feijão, outras ravioli enquanto conversavam sobre quando se menstrua, como se engravida e outras coisas que a Didi aprendeu com a irmã Teodora e a Helena aprendeu nos livros de medicina. Depois foram as seis para o quarto. Brincaram de fazer shows. Espiei um tiquinho e saí para ir na depilação. Meia hora depois, quando voltei, encontrei metade delas chorando, metade com os olhos cheios de lágrimas, todas com os braços cruzados. Abri a porta e elas gritavam: a gente desistiu do rodízio. A gente não quer saber disso, nunca mais. Chega dessa história. Os adultos precisam perceber que não dá certo. Toda vez dá briga. A gente briga. A gente não consegue, é isso, é mais forte que a gente a vontade de brigar, explicou Helena, fazendo um wrap up de tudo o que elas tentavam dizer. Didi dizia: me leva pra casa. Nuna dizia: que idiotas. Lolô dizia: foi assim e sempre vai ser. Mamá avisou: na minha casa não quero rodízio. Oli concordava: eu chorei. De cabelo em pé coloquei todas sentadas e disse que ia contar um segredo que aprendi quando estava no Xereta. Só a risada salva, era o meu segredo inventado na hora. Que elas tinham que achar um motivo para TODAS rirem, não umas das outras, mas todas de uma outra coisa. Elas perguntaram se podia ser da Catarina Seno. Eu disse que era melhor elas imaginarem a professora Elizete soltando um pum. Elas riram. E engrenaram em risadas. E ficaram amigas para sempre. Sendo assim, o rodízio continua. Por enquanto.

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