terça-feira, 11 de março de 2008

SUPER NANY

Neide não conhece nenhuma estória. Nem a da Chapeuzinho Vermelho.
Quando lê no livro conta com a entonação de uma samambaia. Lolô mal reconhece que aquela estória é aquela, mas fica vidrada mesmo assim, embora prefira as coisas que Neide conta com mais desenvoltura: que um dia terá um filho com o Hiroch chamado Richard, que sua cachorra Duda usa luvas de crochê, que sua avó ensinou que pode ser pobre mas tem que ser asseada.
Suas brincadeiras e sua lida com a pedagogia infantil são de fazer o Steiner rolar na tumba:
- O que você tá fazendo, Lolô?
- Brincando de vivo-morto, mamãe.
- Como brinca disso?
- Quando a Neixi fala vivo eu abro o olho, quando ela fala morto eu deito assim óh.
Pois não pense que Lolô não gosta da Neide. Ela adora. Aos sábados sente saudade, e abraça a Neide e beija a Neide e hoje me pediu para que eu levasse a Neide na escola dela amanhã.
E a Manu? Não pode ouvir a voz da Neide que cai na risada.
Então tá, né?

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