segunda-feira, 20 de maio de 2013

UM PRATO, O AMOR E O TEMPO

Meninas, não se enganem. Não pensem que é fácil. Não olhem para este blog um dia achando que todos os meus registros retratam uma vida sem dificuldades. Mamãe, por que o amor é foda? Pergunta a Manu, provavelmente por ter visto na parede o prato pintado pela Rita Wainer. Porque é. Tenho tantas questões. Muitas relcionadas com o amor e o tempo. O passar do tempo, implacável. Tenho um medo louco de desperdiçar o tempo. Tenho medo de um dia concluir alguma coisa como a que soube sobre os adoçantes. Você pensava em se cuidar tomando adoçante? Não, não valeu de nada, adoçantes são inorgânicos, não metabolizam, não fazem bem nenhum. Quantos saquinhos equivocados. Não quero me equivocar. O que eu amo? Quem eu amo? Dinheiros, posses, consumo, valores, depender, ter, se libertar, não ter e faltar, perder o tempo de amar. Ontem fiquei tão brava com vocês. Vão tomar banho e vocês demoram. Guardem o que tiraram do lugar e vocês têm preguiça. Lolô diz que vai ligar para o papai, diz que não tenho sido boa, que não tenho ouvido. Quero ficar quieta, estou cansada e sem saco para tratar vocês como crianças. Falo de igual para igual. Hoje a Josie chegou. Que bom. Ela acalenta, ela não varia o humor, os braços negros dela envolvem os seus e eu acabo achando isso uma sorte.Tenho medo dela ser mais amorosa, mais mãe, mais porto seguro do que eu.Lolô caiu, se machucou. Tira o patins, Lola. Chega, filha! Mexa o braço, vamos ver se quebrou. E vem a Josie: o que foi, Lô? Puxa, isso dói. É esse roxo aqui? Vamos por um gelinho, senta aqui. Assisti à cena. Ela sabe dar amor.Subi para o apartamento.Tomei um café.O amor é foda.



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