segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

BABÁ

Contratar uma babá é muito mais difícil do que qualquer outra contratação que alguém já fez na vida. Está se escolhendo alguém que vai habitar a sua casa, fazer parte das suas viagens, conviver dia e noite com seus filhos, trombar com você no corredor à noite.
Quando fui contratar a Adriana pensei em desistir quando ela cruzou a perna e eu notei a quantidade de pêlos longos que ela tinha. Aí reparei no buço, na sobrancelha que emendava com o cabelo. Imaginei minha pequena Lolô perdida naquele emaranhado negro. Mas estava desesperada e resolvi relevar e segurar só o sorriso que ela tinha, que fazia ela parecer a Ama, aquela líder espiritual que abraça pessoas.
Agora veio a Neide. Na entrevista parecia que eu tinha fumado um e ela também. Ela juntava a história dos gêmeos que ela cuidava com a do cachorro pintcher, passando pelo noivo japonês, um ex-noivo árabe e seu contato com o alcorão. No meio falou em ponto cruz, nome de pomadas de assaduras, religião evangélica.
Viva a diversidade! Vamos tentar com a Neide.
Hoje foi o primeiro dia dela aqui.
Enquanto dava de mamá, conversamos o seguinte:
- Tem uma coisa em mim que eu não gosto
- O que Neide?
- Meu nome: Neide Naura. Queria muito mudar. Um dia eu ainda vou realizar este sonho.
- Como você queria se chamar?
- Anh? Ah, eu queria chamar Kézia. Acho lindo Kézia.
Como diz meu marido: quando o Fernando Meirelles põe isso no roteiro a gente acha que é piada.

3 comentários:

  1. Pára Nica, não te guento!!! tô berrando de rir aqui... Cice

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  2. É engraçado isso... Parece história do Cebolinha: Neide Naura para Leide Laura...
    Hahahahhahaha
    O Tin tem toda razão.

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  3. adorei a disponibilidade pela vida da neide...sensacional, bjocas a vc
    Faba

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